24/7

Um espaço aberto para o debate vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana. O anfitrião nem sempre estará presente.

20.12.06

Oportunidade de ouro

Será que é possível processar a Rosinha por negligência, conivência ou congêneres nessa história do Álvaro Lins? Imprensa fluminense, por favor, ação!!! Que belo serviço de utilidade pública você prestará caso comprove que ela sabia da desonestidade de seu subordinado e nada fez.

Seria ótimo, especialmente porque daqui a dez dias ela perde o foro privilegiado.

18.12.06

Só por aqui...

Acabo de ler no Globo Online que a nova estação Cantagalo do metrô, em Copacabana, será inaugurada hoje. A partir de amanhã, então, poderemos ir até lá pelos trilhos subterrâneos, certo? Errado. A estação será inaugurada, mas não tem data para entrar em funcionamento. Como pode uma coisa dessas?

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Lembram-me agora que o mesmo expediente foi utilizado quando da inauguração da estação Siqueira Campos. Triste, triste...

deGRADantE

Alguns especialistas em segurança pública dizem que a multiplicação de grades nos prédios, cancelas nas ruas, muros altos e afins só prejudica a segurança pública (espaço reservado para a venda do meu peixe). Não é preciso ser especialista para perceber isso. Os caras d'O Rappa já cantavam isso naquela música "Minha alma". Como era o trecho? "... as grades do condomínio são pra trazer proteção, mas também trazem a dúvida se não é você que está nessa prisão...".

Graças ao bom Deus, se não é preciso ser especialista para desdenhar de grades, tampouco é necessário ser integrante d'O Rappa para olhar com desconfiança paliativos como esses.

Em uma das esquinas da minha rua, a uns 30 metros da minha portaria, há um destacamento do Corpo de Bombeiros. Lembro-me dele desde a mais tenra idade. O quartel, se é que assim pode ser chamado, é simpático, como os inúmeros oficiais anônimos com os quais cruzei durante toda minha vida pareciam ser. Todo pintado de vermelho, como manda o figurino, o local apresenta um agradável, pequeno e simples jardim na esquina, cercada por uma mureta de meio metro. Na continuação do terreno, ergue-se a construção, abrigando o alojamento e outros cômodos desconhecidos para mim. Na parede externa de frente para o jardim, com a qual me deparo, invariavelmente, toda vez que saio de casa, já há alguns anos o verso do hino do soldado do fogo, "vida alheia e riquezas salvar", e o brasão da corporação não constam mais, cobertos por uma nova mão de tinta. Na ponta oposta do terreno, há uma ampla garagem ocupada por ambulâncias, auto-bombas e veículos comuns.

Entre a garagem e o alojamento há um espaço "vazado", sem muros, com saídas para as ruas que passam pelo local. Este ponto seria o coração do destacamento. Ou melhor, seu rosto. Pois é por ali que os pedestres comuns têm acesso ao movimento interno. É dali que posso ver a garagem e uma ponta do alojamento. É ali que quase sempre há oficiais de plantão ou em hora de descanso, sempre, aparentemente, acessíveis aos civis que passam pelo local. Disponíveis para informar as horas, para esclarecer a razão do aglomerado de pessoas na esquina, para dizer os resultados da rodada do fim-de-semana. É logo ali, na esquina da minha casa. Era.

Porque faz uns dias que lá instalaram uma grade. Uma grade de hastes não muito grossas e até bem espaçadas, mas, ainda assim, uma grade. Ferro. Duro. Frio. O meio metro de mureta da construção agora também conta com mais um metro e meio de grade. O espaço vazado sem muros agora é cercado por dois metros de... grade. E os bombeiros que antes estavam logo ali, agora estão lá, do outro lado da grade. Não sei mais se posso perguntar as horas, não sei se não sou desejado, não sei se eles estão aquartelados, não sei os motivos (justos?) para a instalação do aparato. Sei que, a partir de agora, se em uma emergência precisar dos bombeiros, não mais correrei até a esquina. Ligarei para o 193.

Preciso de uma reciclagem

Acabei de dar uma olhada na lista das 100 músicas do ano segundo a Rolling Stone norte-americana. Das dez primeiras, conheço apenas a sétima, que é chatinha, chatinha. Da lista toda, desconheço não apenas a maior parte das músicas, como também a maioria das bandas e intérpretes.

Nesse processo de transformação do hábito de se ouvir música, saí perdendo. Não tenho mais o tempo para deitar e ouvir um disco, meu carro e eu não temos CD-player (aliás, mal tenho carro), não aderi ao I-pod ou aos MP3 players e não consigo adqüirir o hábito de baixar música da internet. Até tenho algumas coisas no meu HD para ouvir, mas aí recaio no problema da falta de tempo. Também faz um bom tempo que não compro um CD novo e as rádios cariocas, que poderiam ser a fonte para me manter atualizado, são de dar dó.

Por isso, minha primeira resolução para o ano de 2007 será dedicar mais tempo à música.

12.12.06

Farinha pouca, meu pirão primeiro

Eu queria falar alguma coisa sobre essa dramática mobilização dos artistas brasileiros contra a lei de incentivo ao esporte.

E digo: leiam esse texto. Mais um retrato do Brasil, o país dos corporativismos.

7.12.06

Post dirigido

"E não existir escapatória significa que um teste levará a outro mais adiante, mais cedo ou mais tarde, e assim sucessivamente".

Outro teste se impõe agora. O importante é não baixar a cabeça, seguir sem traumas, sem complexos, com a mesma vontade e o mesmo talento.

Afinal, como diria o avô, "losers are people who are so afraid of not winning, they don't even try".

Ano que vem tentamos juntos, o que acha?

Beijos

6.12.06

Parusia já!

Esta semana vi "Feliz Natal", co-produção anglo-franco-germano-romena (tá certo isso?). O filme, enquanto produção cinematográfica, na condição de cinema, sob o aspecto fílmico, não é lá essas coisas. Mas sua mensagem (a de que "nenhum motivo explica a guerra", copyright by AfroReggae) é extremamente válida e transmitida de forma simples e sincera, sem pieguice ou demagogia. Mais ou menos como Crash, um filme meio rastaqüera, mas cujo teor compensa o tati-bi-tati do roteiro.

A trégua, baseada em fatos reais, entre alguns soldados franceses, escoceses e alemães durante o primeiro Natal da Primeira Guerra Mundial é daqueles acontecimentos que te fazem acreditar, por alguns instantes, na humanidade. Saí do cinema leve e deprimido, esperançoso e desiludido. Esse mundo está muito errado e a complexidade dos problemas que enfrentamos é inversamente proporcional à simplicidade que a vida em comum deveria ter.

Como o filme mostra, bastaria-nos o diálogo, as artes, a noção de transcendência (ou religiosidade), champanhe, uísque e um pouquinho de futebol.

Mas, como a vida mostra, isso tudo é relegado a segundo plano ou, pior ainda, desvirtuado.. Por isso, aguardo ansiosamente pela parusia.

Enquanto isso, fico com a frase de Robert Mallet: "O mais desesperador não é o impossível, mas o possível não alcançado".

1.12.06

O Brasil precisa de você

Patriotas de plantão, preparam-se. Uma nova ameaça à soberania nacional e à reputação da nação no exterior se aproxima. O imperialismo norte-americano, através de seu braço mais poderoso, a indústria hollywoodiana, novamente tenta manchar a imagem do país. O filme "Turistas", que estréia hoje nos EUA, conta a história de um grupo de mochileiros ianques em busca de diversão no litoral tupiniquim. Tudo ia muito bem, até que o ônibus usado por eles quebra no meio da estrada e os jovens passam a ser perseguidos por uma quadrilha de tráfico de órgãos. É um absurdo! Boicote já!

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Com exceção de um exagero aqui, outro ali, foi esse o teor de um e-mail que recebi hoje. Se conheço bem nosso país, é apenas o primeiro de uma série, que deve atingir seu ápice em fevereiro, quando o filme estréia aqui. Não sei bem o que se passa na cabeça de pessoas que dão essa dimensão a fatos como esse.

Esse tipo de reação denuncia nosso teto de vidro, nosso recalque, nossa (ô, clichê!) mentalidade atrasada. É como ocorreu com o episódio dos Simpsons que satiriza o Rio de Janeiro. Criou-se uma celeuma diplomática por causa de uma sátira, por causa de um programa norte-americano que sobrevive há dezoito anos fazendo piada com tudo e todos, principalmente a (oh!) sociedade norte-americana. Não conheço outro caso que alguma pessoa, povo ou país ironizado nos Simpsons tenha externado tanta indignação ou exigido retratação. Tudo bem que por vezes pode faltar sensibilidade ou haver exageros, mas, ora, trata-se, repito, de uma sátira. É verdade também que toda brincadeira tem um fundo de verdade. E devemos nos preocupar com esse fundo de verdade, não perder tempo com a brincadeira.

Prejudicar o turismo? Faça-me o favor... Na verdade, é melhor mesmo que o estrangeiro suscetível a deixar de vir para cá por causa de desenhos ou filmes como esses realmente não venha. Em vez de nos preocuparmos com esses, devemos nos preocupar com os que vêm, mas que são assaltados dez minutos depois que chegam ou que são esfaqueados no calçadão da praia.

Já pensou se todas as pessoas pensassem de forma semelhante ao remetente do e-mail descrito acima? O turismo nos EUA deveria ser nulo, pois, segundo os filmes, todo tipo de tragédia, maluco e serial killer aparece por lá. A França, se dependesse de seu cinema, não seria o país mais visitado do globo. Os gregos não conseguiriam mais se relacionar com indivíduos de outras nacionalidades depois de "Meu casamento grego". E eu teria perdido a vontade de conhecer o Leste Europeu depois de assistir a "O albergue".

Não saber rir de si próprio é um dos piores defeitos que alguém pode ter.

Metropolitano

A Associação de Moradores de Copacabana organizou um abaixo-assinado para que a nova estação Cantagalo, a ser inaugurada este mês, seja chamada Eugênio Jardim, nome da praça que abriga o terminal. Alegam eles que Cantagalo tem carga negativa, relacionado a crimes e tráfico de drogas. É uma coisa idiota. Mas não seria surpreendente se o Metrô Rio atendesse ao pedido, afinal:

- o número de escadas rolantes nas estações diminui no mesmo sentido para o qual aponta a agulha da bússola;

- levou-se anos para que todos os vagões da Linha 2 fossem refrigerados;

- não sei se o mesmo se repete nas demais estações onde a plataforma central é usada para embarque e desembarque, mas em Botafogo, as duas fileiras de bancos existentes estão voltadas para os trilhos em sentido à Zona Sul;

- A Linha 1 continua se expandindo na ponta sul (e isso é ótimo). As obras de expansão na ponta oposta viraram um estacionamento subterrâneo (e isso é uma pena).

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Por falar em transporte público, a tarifa de ônibus sem ar-condicionado na cidade do Rio de Janeiro vai subir para R$ 2,00 a partir da próxima segunda-feira. É o segundo aumento no ano concedido por nosso prefeito às empresas de ônibus.

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E Hugo Chávez cada vez mais perde a razão, se é que ele ainda tinha alguma. Agora o Comandante quer alterar a Constituição para que o número de reeleições à presidência seja ilimitado. É um ditador democrático, digamos assim.