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6.12.06

Parusia já!

Esta semana vi "Feliz Natal", co-produção anglo-franco-germano-romena (tá certo isso?). O filme, enquanto produção cinematográfica, na condição de cinema, sob o aspecto fílmico, não é lá essas coisas. Mas sua mensagem (a de que "nenhum motivo explica a guerra", copyright by AfroReggae) é extremamente válida e transmitida de forma simples e sincera, sem pieguice ou demagogia. Mais ou menos como Crash, um filme meio rastaqüera, mas cujo teor compensa o tati-bi-tati do roteiro.

A trégua, baseada em fatos reais, entre alguns soldados franceses, escoceses e alemães durante o primeiro Natal da Primeira Guerra Mundial é daqueles acontecimentos que te fazem acreditar, por alguns instantes, na humanidade. Saí do cinema leve e deprimido, esperançoso e desiludido. Esse mundo está muito errado e a complexidade dos problemas que enfrentamos é inversamente proporcional à simplicidade que a vida em comum deveria ter.

Como o filme mostra, bastaria-nos o diálogo, as artes, a noção de transcendência (ou religiosidade), champanhe, uísque e um pouquinho de futebol.

Mas, como a vida mostra, isso tudo é relegado a segundo plano ou, pior ainda, desvirtuado.. Por isso, aguardo ansiosamente pela parusia.

Enquanto isso, fico com a frase de Robert Mallet: "O mais desesperador não é o impossível, mas o possível não alcançado".

2 Comments:

At 6/12/06 16:14, Anonymous Anônimo said...

Mas o ser humano também não é assim, complexo e simples a um só tempo?

Gostei do post. Achei simples e complexo. E filme "rastaqüera"? Será q é uma expressão da Tijuca?

 
At 6/12/06 21:13, Blogger Ivan said...

Do Aurélio Eletrônico: rastaqüera (do francês rastaquouère)- pessoa recentemente enriquecida que não perde oportunidade para chamar a atenção pelo luxo que ostenta e pelos gastos que faz.

Ou seja, não tem o sentido que eu queria empregar. Quem mandou usar palavras cujo siginificado estrito desconheço?

Substitua, então, por "ordinário"

 

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