Cadê o mea-culpa??? (ou Veja essa III)

A revista Veja dessa semana traz uma matéria em que critica o presidente argentino Néstor Kirschner por ter apresentado algumas afinidades com sua contraparte venezuelana, Hugo Chávez. Nada contra criticar algum dos dois, pelo contrário, mas faça-o com dignidade, né?

Kirschner é descrito como o par de Chávez no melancólico tango que tende a conduzir seus dois países à ruína econômica. Além de ter elogiado o general, Néstor tomou atitudes anti-consenso de Washington, como congelamento de preços, confisco de mercadorias etc. Um dos argumentos usados para desmascarar seu "governo populista" é citar a inflação de dois dígitos e dados econômicos que mostram que a Argentina, apesar das recentes taxas de crescimento, ainda não recuperou o padrão pré-crise.

Tudo bem. Mas e todo aquele discurso, da própria revista, citando a Argentina como um modelo a ser seguido pelo Brasil??? A Argentina crescendo 7%, 8%, e o Brasil nos medíocres 2%... Quer dizer que o crescimento vinha junto com inflação? Quer dizer que essas taxas deveriam ser analisadas sob a perspectiva de um país que havia falido? Ah, tá... Obrigado por não explicar isso aos seus leitores, Veja.